sexta-feira, 2 de abril de 2010

O chapéu de Neymar e a revolta de Chicão.



Em um lugar no passado, não tão distante, o nosso Ronaldinho Gaucho, vestindo a camisa do Barcelona, deu simplesmente três chapéus consecutivos em cima do lateral Del Horno, do Atlético de Bilbao. A jogada foi passada na TV mais de 1 milhão de vezes. E nós brasileiros, claro, achamos lindo, mágico, maravilhoso. Cá entre nós, é bonito mesmo ver jogadas com dribles, chapéus e pedaladas. E de certo, os zagueiros vivem um inferno quando elas acontecem.
O último Domingo foi dia de clássico na Vila Belmiro. Santos e Corinthians protagonizaram um jogo nervoso. De um lado, o Corinthians de Ronaldo e Roberto Carlos, um elenco mais experiente, mais maduro. Do outro, o Santos de Neymar e Ganso, desfalcado de Robinho. Um Santos que vem apavorando muita gente. Um time veloz contra um time compacto. E devo dizer, a velocidade do Neymar incomoda muita gente, enquanto que a experiência do Roberto Carlos só tem servido para prejudicar o elenco corinthiano.
Pois bem, o fato é que o Santos ganhava o jogo. E quando o árbitro já havia paralisado o jogo por conta de uma infração, o Neymar deu um chapéu no Chicão. O chapéu da discórdia. Os jogadores do Corinthians ficaram furiosos, tomaram como provocação, como molecagem. Terminado o jogo, o menino Neymar foi atacado de todos os lados. Em entrevista ao Globo Esporte, Chicão disparou: Achei uma babaquice o que ele fez. Sabe aquele menino que está começando e se empolga com o futebol? Não tinha necessidade de fazer aquilo. Durante o jogo, ele não deu caneta e nem chapéu. Mas, quando a bola parou, quis fazer gracinha para a torcida. Espero que ele aprenda muita coisa. É preciso pensar nas atitudes. O Neymar poderia ter arrumado uma briga comigo, com outros jogadores e depois com os torcedores. Ele disse que fez aquilo porque deu vontade. Em mim também deu vontade de fazer muita coisa com ele depois do lance, mas não fiz. Futebol arte é quando a bola está rolando. Ele não fez futebol arte durante o jogo. O que ele fez foi brincar. Se ele quer brincar, é melhor ir ao parque de diversões".
A polêmica está no ar. O Neymar foi infantil, ou o Chicão está desviando o foco para não ter que assumir que o Corinthians tomou um baile em campo? Sim, porque se os garotos da Vila estavam brincando, o que seria do Corinthians se eles jogassem seriamente? Se não fosse o Filipi, o time do seu Mano Menezes sairia de Santos goleado.
O chapéu do Neymar foi bonito, mesmo que desleal. Se a situação fosse inversa, Ronaldo dando um chapéu em alguém da zaga santista, os corinthianos não reclamariam. No fim da história, estou com o Chicão. Acho que esse tipo de jogada gera violência. O Neymar disse que deu o chapéu apenas porque deu vontade. O Chicão poderia ter retribuído com um pontapé apenas porque deu vontade. E aí, minha gente, o circo estaria armado.
O menino Neymar é brilhante, não se pode negar. E sortudo. Podia ter saído de lá com uma perna quebrada. Que sirva de lição a ele. Pois no futebol geralmente se aplica a regra do “olho por olho, dente por dente”.
Por hoje é só.

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