sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Santástica Fábrica de Chocolates


Embora estejamos perto de celebrar a Páscoa, o título acima não tem ligação nenhuma com a data festiva. Não sei se todos, mas alguns de vocês já devem ter assistido àquele antigo filme “A fantástica fábrica de chocolates”. Desta vez, o personagem principal não é o querido Willy Wonka. O encarregado por fabricar chocolates é o Santos. E é bom que o São Caetano tome muito cuidado no próximo Domingo. Seria arriscado demais cantar aquela famosa musica que diz: “Coelhinho da páscoa, o que trazes pra mim?” A resposta do coelhinho pode ser fatal: “Um gol, dois gols, três gols assim...” Mais um chocolate do Santos.
Que os são-paulinos, palmeirenses e corinthianos me perdoem, mas é maravilhoso ver o Santos jogar. Há quanto tempo não se via um futebol assim, com cara de futebol brasileiro, aqui no Brasil? Jogadas rápidas, triangulações perfeitas, dribles, passes magistrais, gols, gols e mais gols. Diferente do São Paulo, por exemplo, que tem uma mania insistente e irritante de jogar à base de lançamentos. A impressão que dá é a de que os jogadores jogam na sorte, com tanta bola alçada na área, uma hora ou outra ela há que cair na cabeça do Washington. Um absurdo!
Será que passada a páscoa a maldição dos chocolates irá acabar? Vamos aguardar os próximos capítulos.
Por hoje é só.

Os dispostos se atraem




Minha gente, com licença, mas esse negócio de que “os opostos se atraem” é uma furada. Que os físicos me chamem de ignorante, mas essa teoria só cai bem na física. Quando se trata de nós, seres humanos, pode ser perigoso colocar dois opostos frente a frente. A incompatibilidade de opiniões e pensamentos jamais será saudável para qualquer convívio. Parece que lá pelos lados do Palestra Itália o convívio anda insuportável. A situação insustentável.
No início da semana, o goleiro Marcos simplesmente abandonou o treino de maneira irritada. Reclamou de dores físicas, mas não conseguiu enganar ninguém que a sua maior dor é a de ver o Palmeiras em estado de calamidade. O motivo? Teria chamado a atenção do Diego Souza para uma falha na marcação. Chamou uma, duas vezes... O Diego ignorou. Atitude que, para mim, mostra o quão sem educação ele é. Além do que, metido a besta. Quem ele pensa que é? Não é qualquer um que está no gol do Palmeiras, é o Marcos. São anos de experiência e anos de sucesso. Um ídolo. Alguém que ele deveria seguir como exemplo, como um mestre.
As diferenças entre Diego e Marcos não param por aí. Existe uma que se sobressai: a vontade e a satisfação de defender o Palmeiras. Um Palmeiras que não vem bem desde o ano passado. Um Palmeiras que achou que resolveria seus problemas se dispensasse Muricy. Um Palmeiras apático, com uma diretoria incompreensível. São diversas contratações erradas. A impressão é a de que eles estão tomando um taxi sem saber para onde querem ir. Alguns já não querem ir para lugar nenhum. Outros já nem queriam mais estar nesse taxi. E é justamente esse o maior problema. Ao que tudo indica, só existe um disposto a fazer algo para melhorar. O resto são os opostos. Eles jamais irão se atrair.
Talvez seja hora de o Marcos pendurar as chuteiras. Não pelo futebol que ele vem apresentando, esse é indiscutível. Mas pelas palhaçadas que têm acontecido dentro do Palmeiras. Senão, vai acabar encerrando sua carreira assim como o Zidane. Quem não se lembra da cabeçada no Materazzi? Com os nervos à flor da pele, o improvável pode acontecer. O São Marcos pode deixar de ser santo. O que seria uma judiação.
O fato é que os jogadores do Palmeiras parecem perdidos, sem motivação. E isso vai muito além do campo de futebol. Isso é reflexo de algum problema interno. E quanto ao Diego Souza, só me resta lamentar. Ele sempre foi destemperado. Jogador de futebol tem prazo de validade em um clube. Não está satisfeito, vá fazer crochê!
Por hoje é só.

Salto alto exige prática. Futebol exige experiência.



Está comprovado, salto alto é coisa de mulher! E olha que nem toda mulher sabe administrar um salto alto. Mas os jogadores do Santos andaram optando pelo salto alto e deixaram a chuteira de lado. O time de Neymar, Ganso, Robinho e André teve uma tarde inusitada na Vila Belmiro. O Santos jogou em casa sob olhares de sua torcida. O Palmeiras jogou em território minado sob olhares de uma torcida furiosa pela falta de resultados. O final desse filme estava mais do que óbvio. O triste fim dos alviverdes estaria por começar.
O clássico não deixou nenhuma dúvida, o Santos é brilhante do meio de campo para frente. Um time veloz. Mas a defesa é lenta. Os garotos no ataque sabem irritar como ninguém. Driblam, dão chapéu, caneta, passes magistrais. O Diego Souza foi o primeiro a se irritar, o que não é novidade alguma. Pensei com meus botões que aquilo ali ia terminar em briga. Mas os jogadores palmeirenses agiram de maneira diferente. Transformaram a raiva em vontade de ganhar, e ganharam na raça.
O jogo estava correndo bem para o Santos, até que, o tão criticado Robert resolveu dar o ar da graça. O placar ainda era desfavorável. Levantei e fui até a cozinha tomar um copo de água. De lá escutei um grito de gol. Pensei comigo, “deve ser replay”. Voltei às pressas e vi o Diego Souza chamando a galera para dançar. O jogo iria esquentar. E acabou pegando fogo. No segundo tempo, o Santos estava acuado, já o Palmeiras voltara irreconhecível. O Madson marcou o terceiro para o Santos. Na comemoração imitou um porquinho. Mas quem acabou na lama foi ele. Rapidamente o Palmeiras tratou de fazer dois gols, e calou a Vila Belmiro.
Esse jogo me fez lembrar de um texto que li a pouco tempo. O autor, desconhecido por mim, dizia que nós, humanos, devíamos nascer velhos e morrer jovens. E nos faz pensar que a falta de experiência é um agravante em certas ocasiões. Foi assim com o Palmeiras. Os “avôs” derrubaram a molecada. O moleque Neymar foi o primeiro a cair. Saiu de campo e levou uma bronca de seu empresário e do Dorival Jr. Quando o time mais precisou ele perdeu a cabeça. Aí ele foi dançar lá no vestiário.
Para encurtar o assunto, o Santos levou um chocolate. Nada é mais frustrante do que perder em casa de virada. Nada é mais frustrante do que irritar o adversário e sair irritado no final. Os meninos menosprezaram os veteranos. Fizeram dancinhas provocativas. Mas os veteranos provaram que, quem dança por último, dança melhor.
Digam ao Neymar que dançar na comemoração de um gol é um gesto bonito. Mas o campeonato aqui não é de danças exóticas. Aqui é futebol.
Por hoje é só.

O goleiro Bruno e o Dia Internacional da Mulher



Antes de tudo, gostaria de parabenizar as mulheres pelo dia 8. E muito mais que isso, por tudo o que a mulher tem conquistado nessa sociedade extremamente machista. Mas estas breves palavras vão para mulheres e homens. Quem acompanha futebol sabe que o atacante Adriano não anda em boa fase novamente. Na última semana, discutiu com a atual noiva, e além de agressão verbal, parece que houve também empurrões e outras coisas mais. Foi aí então, que o goleiro Bruno (mais novo advogado do Adriano) saiu em defesa do companheiro: “Quem é que nunca saiu na mão com uma mulher?” A declaração repercutiu como uma bomba.
Minha gente, jogadores de futebol são como artistas em um palco. São pessoas influentes, formadoras de opinião. E talvez esta tenha sido a declaração mais infeliz do Bruno em toda sua vida. Muitas crianças têm o Bruno como referência, algumas podem crescer achando que mulher tem que apanhar porque o Bruno diz que “sai na mão” com elas. O que significa isso, minha gente?! Até porque, o Bruno tem como presidente do seu clube uma mulher.
Pois é, a declaração foi em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Quer ocasião melhor que essa? Perfeita! Mas aposto que, se realmente o Bruno sai na mão com uma mulher, não tem a mínima coragem de sair na mão com um homem. Será que quando o assunto é homem ele é todo machão?! Tenho minhas dúvidas. Simplesmente covarde. Talvez seja apenas nisso que ele leve vantagem contra as mulheres. Talvez não saiba ser gentil, talvez não saiba ser generoso, talvez não seja humano. Porque para mim, essa atitude é de um selvagem.
Porém, nem tudo está perdido. Para esse tipo de pessoa existe a Lei Maria da Penha, que defende as mulheres contra agressões desse tipo. Acho que a música da Alcione, Maria da Penha, é perfeita para a ocasião, diz melhor que eu. Aí vai um trecho:
“... bater em mulher é onda de otário,
não gosta do artigo, meu bem, sai logo do armário.
Não quer se dar mal, se contenha, sou fogo onde você é lenha,
não manda seu casco, que eu te tasco a Maria da Penha.
Se quer um conselho, não venha com essa arrogância ferrenha
vai dar com a cara, bem na mão da Maria da Penha.
Comigo não, violão... (vamos evitar confusão)”.
Ainda bem que existem homens que sabem como tratar uma mulher, porque também querem ser bem tratados. O ser humano regride, regride e regride. O caso não é apenas a violência contra a mulher. Estamos, acima de tudo, tratando de gente como a gente. É preciso rever alguns conceitos. E o Bruno como “advogado do Adriano”, é um razoável goleiro.
Por hoje é só.

O chapéu de Neymar e a revolta de Chicão.



Em um lugar no passado, não tão distante, o nosso Ronaldinho Gaucho, vestindo a camisa do Barcelona, deu simplesmente três chapéus consecutivos em cima do lateral Del Horno, do Atlético de Bilbao. A jogada foi passada na TV mais de 1 milhão de vezes. E nós brasileiros, claro, achamos lindo, mágico, maravilhoso. Cá entre nós, é bonito mesmo ver jogadas com dribles, chapéus e pedaladas. E de certo, os zagueiros vivem um inferno quando elas acontecem.
O último Domingo foi dia de clássico na Vila Belmiro. Santos e Corinthians protagonizaram um jogo nervoso. De um lado, o Corinthians de Ronaldo e Roberto Carlos, um elenco mais experiente, mais maduro. Do outro, o Santos de Neymar e Ganso, desfalcado de Robinho. Um Santos que vem apavorando muita gente. Um time veloz contra um time compacto. E devo dizer, a velocidade do Neymar incomoda muita gente, enquanto que a experiência do Roberto Carlos só tem servido para prejudicar o elenco corinthiano.
Pois bem, o fato é que o Santos ganhava o jogo. E quando o árbitro já havia paralisado o jogo por conta de uma infração, o Neymar deu um chapéu no Chicão. O chapéu da discórdia. Os jogadores do Corinthians ficaram furiosos, tomaram como provocação, como molecagem. Terminado o jogo, o menino Neymar foi atacado de todos os lados. Em entrevista ao Globo Esporte, Chicão disparou: Achei uma babaquice o que ele fez. Sabe aquele menino que está começando e se empolga com o futebol? Não tinha necessidade de fazer aquilo. Durante o jogo, ele não deu caneta e nem chapéu. Mas, quando a bola parou, quis fazer gracinha para a torcida. Espero que ele aprenda muita coisa. É preciso pensar nas atitudes. O Neymar poderia ter arrumado uma briga comigo, com outros jogadores e depois com os torcedores. Ele disse que fez aquilo porque deu vontade. Em mim também deu vontade de fazer muita coisa com ele depois do lance, mas não fiz. Futebol arte é quando a bola está rolando. Ele não fez futebol arte durante o jogo. O que ele fez foi brincar. Se ele quer brincar, é melhor ir ao parque de diversões".
A polêmica está no ar. O Neymar foi infantil, ou o Chicão está desviando o foco para não ter que assumir que o Corinthians tomou um baile em campo? Sim, porque se os garotos da Vila estavam brincando, o que seria do Corinthians se eles jogassem seriamente? Se não fosse o Filipi, o time do seu Mano Menezes sairia de Santos goleado.
O chapéu do Neymar foi bonito, mesmo que desleal. Se a situação fosse inversa, Ronaldo dando um chapéu em alguém da zaga santista, os corinthianos não reclamariam. No fim da história, estou com o Chicão. Acho que esse tipo de jogada gera violência. O Neymar disse que deu o chapéu apenas porque deu vontade. O Chicão poderia ter retribuído com um pontapé apenas porque deu vontade. E aí, minha gente, o circo estaria armado.
O menino Neymar é brilhante, não se pode negar. E sortudo. Podia ter saído de lá com uma perna quebrada. Que sirva de lição a ele. Pois no futebol geralmente se aplica a regra do “olho por olho, dente por dente”.
Por hoje é só.

Será que existe vida inteligente em outros planetas ou são todos como o nosso?



Palmeiras e Muricy Ramalho foram protagonistas da última semana no mundo da bola. Estava mais claro do que água, o técnico seria demitido. Seu desempenho no comando do Palmeiras foi fraco. Desagradou muita gente, principalmente a torcida. O técnico, até então badalado pelos títulos brasileiros consecutivos, fez feio no campeonato nacional, além de deixar o Palmeiras fora da Libertadores.
Pois é, minha gente, por um momento tive a sensação de que já tinha visto esse filme. E não é que vi mesmo?! Todos nós vimos. O técnico foi o mesmo, mas o time não foi o mesmo. Trata-se do São Paulo. Vocês devem se lembrar que o técnico saiu de lá com o mesmo mal estar de agora, clima tenso. Daquela vez o motivo da demissão não foi a falta de títulos. Ganhou três consecutivos. A única vantagem é que o Palmeiras pode usar a falta de títulos como desculpa para sua demissão. O real motivo não foi esse.
O fato é que tanto no São Paulo quanto no Palmeiras houve boicote para a saída do Muricy. Boicote! Os jogadores estavam visivelmente andando em campo, sem vontade alguma de jogar o que sabiam. Será o Muricy tão carrasco dos jogadores assim? E vale lembrar que essa mesma equipe do Palmeiras que derrubou Muricy, derrubou também o Luxemburgo. Agora virou moda boicotar técnico de futebol. Basta um ou outro não simpatizar e os jogadores tratam logo de enxotar o técnico do clube.
Verdade seja dita, o maior prejudicado nisso tudo foi o Palmeiras. E aí você deve estar pensando que eu estou maluca, porque o Palmeiras se beneficia quando manda embora um técnico que não consegue bons resultados, correto? De certa forma sim. O problema é que a diretoria do Palmeiras investiu uma alta quantia para manter o Muricy por lá, quando podia ter ficado com o Jorginho mesmo, e a preço de banana. O que mais me preocupa, é o fato de a diretoria ter apoiado esse boicote. Porque se assim foi, então o senhor Belluzo está mostrando que como presidente de futebol ele é um péssimo economista. Porque é isso que ele é, economista.
Aí entra a questão, será que existe vida inteligente em outros planetas? Sim, porque se forem todos como o nosso, o universo está perdido. Quem sabe ainda descobrimos que há vida mais inteligente fora do planeta terra. E se confirmarmos isso, tenho plena certeza de que ninguém, jamais, saberá jogar futebol como nós aqui deste planeta. Mas a hipótese de trazer um extraterrestre para administrar as coisas é uma boa opção. O que acham da idéia?
O ser humano, ao invés de evoluir, regride a cada dia que passa. Falta inteligência. Inteligência emocional, inteligência espiritual. E isso não é caso de burrice, é caso de conflitos sociais. Antes de administrar um clube de futebol, é preciso saber administrar a própria vida.
Boicote? É no mínimo burrice e covardia.
Por hoje é só.